domingo, 29 de abril de 2012

100%

E difícil vermos aqueles que mais amamos a ficarem velhinhos. O tempo passa, passa para toda a gente da mesma maneira. E o facto de ser uma condição verdadeira dói e atormenta. Depois de tantos anos de puro desleixo e precisamente no dia do meu aniversario, mesmo antes de cantarmos os parabéns teve um ataque cardíaco. Felizmente que o teve perto de nos para que alguma coisa pudesse se feita de imediato, infelizmente porque quase me tirou umas das pessoas que mais amo no mundo, o meu avô. Por ser a unica neta rapariga tenho com ele uma relação distinta e paternal. Sinto por ele e pela minha avó um amor muito forte. Deixou-o velhinho, com dificuldades motoras e de raciocínio. Nao era o avó que nao tinha nenhuma doença e que era a pessoa mais activa do mundo. Constatar a dura realidade foi o mais duro e constatar retrocesso na recuperação, doloroso. Se antes era ele que me ajudava a subir as escadas e estava sempre atento a uma possível queda agora sou eu que enlaço o meu braço no dele e o ajudo. Se antes era ele que passeava comigo e me mostrava as flores da minha avô agora sou eu que vou com ele conta-las. Saber que contar aquelas 300 flores o deixou tão sensível tocou-me bem fundo do coração. Só quero que continue comigo para pudermos contar as flores quantas vezes forem precisas,  para me recitar poemas românticos como tantas vezes o faz e para me elogiar da maneira que só ele sabe. Já sinto saudades de pensar que o iria ter perto de mim para sempre, digo isto com um sufoco No peito e lagrimas de preocupação .

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