Past

(Plumb-Cut)

Olhei, mas não reconheci!
É-me difícil relembrar a cor dos teus (lindos) olhos. Quando me lembro do teu toque, já não consigo senti-lo. A tua voz, que me era tão conhecida, deixou de ser. O sorriso com que me presenteavas a cada instante deixou de conseguir ser traçado no meu pensamento. Fugis-te do meu campo de visão mas será completamente impossivel retirar-te de mim, de dentro do meu coração. Não sei como és mas sei que estas aqui, comigo. Consegui senti-lo ontem, já o senti hoje e tenho a certeza que amanhã conseguirei senti-lo também. Muito antes de eu ter notado já tu tinhas desaparecido. Andavas longe, tão longe que nunca mais voltas-te. É estupidamente desconcertante pensar que uma mudança pode acontecer assim, num ápice! É completamente impensável pensar que uma pessoa, pela qual sentimos coisas tão especiais, nos pode desiludir tanto! Esta é a realidade da minha vida, uma realidade que não quero nem posso esconder como se nunca tivesses existido. Corta-me a respiração, pára a minha pulsação, aperta o meu peito, tanto que quase o esmaga. Pensar nisto faz-me doer a alma, falar nisto faz-me ter medo do futuro. Páro e tento a todo o custo respirar bem fundo... Ainda te sei de cor. Ainda conheço tudo aquilo que aprendi sobre ti. Ainda estas aqui ao meu lado. E isso não me incomoda. É uma questão de habito, só até, finalmente partires de vez. Às vezes preciso de limpar do meu interior sentimentos perdidos, desbafos repentinos e desassossegados... Preciso de acalmar a minha alma e pacificar o meu coração. Está tudo bem... Vai ficando tudo bem, um bocadinho hoje, outro amanhã... (Calma, já passou)

" Sometimes we need to stop analyzing the past, stop planning the future, stop figuring out precisely how we feel, stop deciding exactly what we want, and just see what happens."

Catarina