quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

hopes & beliefs

Quando te conheci percebi logo a peça que eras. Para mim eras aquilo a que chamava de artista. Não te ligava nenhuma e não via em ti qualquer interesse. Começaste aos poucos a saber como me conquistar... Fazias-me rir muito. De cada vez que olhava para ti não fazia outra coisa se não rir. Passado pouco tempo começaste a fazer-me companhia no intervalo onde eu estava sozinha. Não te importavas que passassemos 15 minutos a ver as fotos que estavam na parede. E vi-mo-las vezes sem conta. Insistias em passar tempo comigo e eu não compreendia. Sabias perfeitamente que não irias ter mais do que uma simples amizade. Sem eu dar conta começamos a ficar juntos nas aulas, juntos nos grupos de trabalho até que, trocamos números de telémovel. Sei que não te dei de mão beijada e que o conseguiste de uma forma muito engraçada. Eras um puto brincalhão. Não tinhamos muito em comum mas o pouco que tinhamos mantinhamo-nos juntos e felizes. Passou pouco tempo e já eras o meu melhor amigo. Não tardou muito a começar a faltar ás aulas para irmos passear e a passarmos os intervalos todos juntos. Começava a ver que, quando não estavas na escola o dia não tinha o mesmo sabor, que precisava de ti mas que tu também precisavas de mim. Falavamos ao telémovel todos os dias, em longas conversas onde havia sempre assunto. Nunca conheci ninguém assim. Havia algo em ti que me fazia perder a noção do tempo. Eras alto, moreno, cabelo escuro e uns olhos maravilhosos. Diziamos parvoices umas atrás das outras e nenhum dos dois parecia importar-se com isso. Tinhamos estado assim durante longos meses e quando começamos a pensar que as férias iriam acabar com tudo isto, apaixonei-me por ti. Parte de mim sempre esteve apaixonada por ti mas nunca consegui perceber isso. A tua personalidade era como um vício para mim, queria-te descobrir, queria descobrir o mundo contigo... E assim foi! Dois meses de amizade e de amor, dois meses de pura cumplicidade, dois meses de ternura e felicidade. Decidi que era hora de aceitar finalmente o pedido pois achei que não iria mudar assim tanta coisa. O sentimento era o mesmo o estado civil é que iria, oficialmente mudar. Tinham-me dito que os primeiros meses eram os melhores, que nem ia dar pelo passar do tempo... As coisas não se passaram assim e tiveram sempre tendência a piorar. O tempo não fluia, as discussões eram constantes e ele fartou-se. Deixou de me amar e transformou-se noutra pessoa. Deixei de o conhecer. Não foi esta a pessoa que mudou a minha vida. Descobri então a faceta escondida até então. Talvez me esteja a habituar bem á sua ausência porque a pessoa a quem entreguei o meu coração não é esta. Esta não me diz nada, é diferente e muito má. O menino dos meus olhos desapareceu... Deixei-te ir. Fiquei revoltada porque não me pareceu incomodado com o facto de eu sair da sua vida, muito pelo contrário, foi como se sentisse alivio da parte dele. Um sentimento desconfortante que permanece... Sei o teu nome, sei a tua idade e a tua morada mas não sei o que és, como és e como ages. És um desconhecido para mim... Talvez devesse ter ouvido as palavras de alguém que, provavelmente, só queria mesmo o meu bem. As pessoas não mudam assim e tu, com 17 anos, muito menos! Amei-te muito e estou bem comigo mesma. Fiz de tudo para que fosses feliz, compreendi e engoli sapos que não devia, fui correcta e dei-te o melhor de mim. Sinto-me bem. Tu não quiseste o que eu te dei e jogaste tudo fora. Tudo bem, aceito isso plenamente. Espero é que arranjes alguém que te dê mais e melhor. Desejo que sejas feliz como não conseguiste ser comigo. Desejo que te divirtas e que nunca te dês mal com essa diversão. Desejo-te exactamente o que desejo para mim, o melhor do mundo! Cresci e aprendi um montão de coisas. Sei que estas bem e isso é o importante. Vou continuar o meu caminho, sem ti, mas feliz e plena de tudo.

"A vida tem planos para mim. Venha o que eu merecer!"

Catarina

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