quarta-feira, 1 de julho de 2009

stop right now!

Quando a minha mãe me chama para jantar eu até tenho medo de ir, já sei como vai ser, um começa e o outro acaba. Discutem o jantar todo e eu fico ali a enrolar a comida que já nem desce... Estou nervosa e só me lembro de me levantar e correr para o meu quarto a chorar. Não comi nada e só quero que haja silêncio para eu poder adormecer rápido. Bem que posso esperar porque este silêncio vai longe. Estão ali os dois a argumentarem só para picarem um com o outro, uma coisa completamente descabida. Sem entender porquê o assunto já é outro completamente diferente do inicial e eles continuam, a gritarem sem parar, dizendo barbaridades que se arrependeriam para sempre se estivessem nos seus estados normais. Revolta-me isto, a sério que sim, e quando isto acontece choro agarrada aquilo que em todos estes momentos é a minha melhor amiga, a minha almofada. Ela esconde os segredos mais perturbadores da minha pessoa, ela sabe quantas lágrimas já derramei e quantas noites estive ali, a tremer de nervos e quantas vezes não dormi agarrada a ela com medo dos meus próprios pesadelos. Enquanto isto, eles continuam a discutir, cada vez mais agressivos um com o outro e eu não sei mais o que fazer. Entretanto sai um porta fora e o outro fecha-se no quarto... eu continuo sem dizer uma única palavra, escondo-me para que não venham discutir á minha beira. Aquele silêncio que poderia ser uma coisa boa torna-se num tormento, não sei onde está um nem como está o outro. Fico desesperada com o facto de não os ter ali comigo. Devia fazer alguma coisa mas estou sozinha, e o que posso fazer, com 16 anos, a dois adultos? Os adultos ás vezes conseguem ser mesmo complicados, e eu não os consigo compreender. Não aguento estar ali sem fazer nada. Decido pegar no telémovel para convocar uma reunião de emergência, uma coisa que não pode esperar mais. Irrito-me e digo a ambos o erro que estão a cometer em trazer os problemas do trabalho para casa e estragar a hamornia familiar, digo-o com tanta convicção que fico orgulhosa de mim mesma. Digo que temos de arranjar soluções porque assim não pode continuar e vejo estampado nos seus rostos uma tristeza...então, desato a chorar, gritanto umas outras coisas até ao meu quarto... Peço-lhes que pensem, é pedir muito?

"É quando eu mais preciso de ti que tu desapareces irmão",

Catarina

Sem comentários:

Enviar um comentário