sábado, 13 de junho de 2009

It's up to you

Todos os dias me vinha ver e ele sabia que eu não queria outra coisa. Parecia uma coisa combinada e mesmo não sendo, tornou-se hábito. Então, todos os dias á mesma hora me galanteava enquanto eu fazia as minhas tarefas de jardinagem, eu parecia não gostar, parecia fazer de conta que ele era invisivél, mas a verdade é que estava sempre com medo que chegasse a hora de se ir embora. Aquelas negros olhos que brilhavam com os raios de sol faziam com que eu ficasse ali horas a tentar cruzar o seu olhar com o meu sem nunca me cansar. Passava a noite e a manhã do dia seguinte á espera que chegasse a hora de ele vir e quando ele vinha, o meu coração não podia ficar mais contente. Irradiava felicidade e não precisavamos de dizer uma palavra um ao outro para sentirmos o que se passava ali... Sempre que ele ia embora ficava despedaçada, simplesmente não queria, quer dizer, eu não podia! Não podia ficar sem ele e sem aquilo que ele me fazia sentir. Era mágico e completamente impossível de descrever por meras palavras, era muito mais do que isso. As s semanas e os meses iam passando e todos os dias se repetia aquela espécie de culto de deuses. Já não vivia sem aquilo, sem toda a tranquilidade que me transmitia através... De nada! Simplesmente a sua presença já me confortava. Precisava dele mais do que qualquer outra coisa e o meu interesse era completamente notório, diria mais, impossível de esconder. Não sabia o seu nome, mas esse facto nunca me incomodara muito. Foi então que um dia ficamos a olhar um para o outro a tarde toda e a minha mãe chegou a casa. Quando me viu chamou o meu nome e então olhei para ele e ele repetiu em voz baixa uma, duas e três vezes aquilo que tinha ouvido... Sorri delicadamente, apaixonadamente e embasbacadamente e fui... Quem me dera ter ido a correr para os braços dele, quem me dera ter-lhe dito o quanto me faz feliz... Esperei até ao dia seguinte e as horas pareciam não passar, mas passavam e já era noite e para meu espanto ele ainda não tinha chegado... Quando vi o sol a por-se deduzi logo que não viesse mais e então, com o coração ensanguentado corri para dentro o mais depressa que pude. Fechei-me no quarto e agarrei-me aquilo que possivelmente me poderia dar mais segurança, ao meu corpo gelado, tremulo da tristeza que caía sobre mim. Nunca mais veio nem nunca mais soube nada dele, desapareceu sem deixar rasto. Decidi então nunca mais voltar ao meu trabalho de jardinagem que era o que me fazia viver, abandonei tudo como ele me abandonou a mim. Se algum dia vai voltar? Isso não sei, mas não espero por ele...
"It's time to move on"

Catarina

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